Você já está cansado(a) de saber sobre as loucuras que um leitor de verdade é capaz de fazer por amor aos livros.
O que talvez não saiba é que existe um “Lado B" nessa história. Situações MUITO estranhas - e impressionantes - que por vezes acontecem com o autor... ENQUANTO ESCREVE O LIVRO!
Vou revelar agora o que aconteceu comigo e que me deixou de queixo caído... literalmente!
“— Droga! — Dou um pulo no lugar e quase infarto quando o som oco de uma batida atinge minha janela. Olho bruscamente para o lado e lá está a cartomante. De novo! — O que você quer agora? — indago feroz, abaixando minimamente o vidro.
— Esqueci de dizer algo importante, Rebeca. — O rosto de Madame Nadeje está sombrio, suas expressões modificadas por algum tipo de sentimento.
— Pois diga logo e desapareça da minha vida. — Meu pé bombeia o acelerador em meio a tempestade incessante.
— Um raio pode bater duas vezes no mesmo lugar, menina — finaliza mirando meus olhos com intensidade. Todo o sangue é tragado das minhas veias. — Aliás, pode bater quantas vezes forem necessárias”.
Não é a toa que começo essa conversa com um trechinho do livro TREZE.
Viajar para outras cidades ou países para um lançamento muito aguardado, passar fome e sede enquanto espera horas em uma fila para pegar um autógrafo, ficar noites em claro de tanta ansiedade por causa do último livro da saga que a gente ama de paixão são algumas situações que nós, leitores apaixonados, já estamos cansados de saber.
Mas...
E sobre as situações estranhas que às vezes acontecem com o autor ENQUANTO ESCREVE O LIVRO?!?
Sim, isso mesmo! Situações inesperadas que ocorrem durante a escrita de um livro e que, seja você supersticioso(a) ou não, pode te fazer questionar muita coisa nessa vida...
Como aconteceu comigo!
Tive duas experiências inimagináveis que me deixaram de queixo caído durante o processo de escrita do meu romance TREZE (Galera Record).
Elas foram tão curiosas que me fizeram questionar se existe de fato uma membrana invisível que separa a realidade da ficção, se realmente pairam mais coisas entre o céu e a terra do que a gente imagina, como diria Shakespeare, ou se a nossa mente está tão conectada a uma determinada história que nós nos deixamos levar pelas emoções…
“Tudo que você foca se expande”, diz o antigo ditado.
Aí eu te pergunto:
Será que nossos olhos e sentimentos estão tão focados em determinada história que acreditamos ver coisas onde não existem? Seria sincronicidade e/ou ativação do nosso Sistema Reticular apenas? Ou será que existe algo mágico por trás das coisas que não têm explicação?
Pois é...
Algo impressionante aconteceu enquanto eu fazia o trabalho de pesquisa de campo para escrever TREZE, a história de uma garota golpista que não acredita no amor, fé e muito menos em sorte.
E fui eu que fiquei atordoada!!!
Em uma cena logo no início da história, a protagonista se vê dentro de uma inesperada tempestade e, durante esse episódio, ela se depara com uma pessoa que colocaria sua vida de cabeça para baixo e a faria questionar todas as suas "verdades".
Bom, eu fui ao local onde essa cena aconteceu!
O lugar realmente existe e fica em uma área afastada da minha cidade. Era pouco depois das 13h, dia de verão com sol reluzente e céu azul. A meteorologia afirmava que seria um dia ensolarado com zero chances de pancadas de chuva (o que não diz muita coisa, convenhamos! Kkk), E, ainda que isso acontecesse, chuvas de verão geralmente ocorrem no final do dia, devido à quantidade de água evaporado.
Então lá fomos nós (eu e meu marido) para esse local onde haveria a tensa cena debaixo da chuva torrencial (que, por acaso, é uma das minhas preferidas!). O sol reluzia com intensidade, mas instantes após chegarmos, o céu fechou sem qualquer aviso prévio, o dia ficou negro e caiu um temporal fortíssimo, mas daqueles de inudar tudo mesmo. Exatamente como na história...
Sinistro, não?
Mas tem mais!
Antes disso acontecer, eu havia decidido que a trama se passaria nos Estados Unidos, porém, devido a uma conversa estratégica com a minha agente literária, optamos por fazê-la transcorrer no Brasil.
Detalhe: o livro já estava pronto e eu tinha passado um ano e meio estudando tudo sobre a cidade americana no estado de Minesota onde se daria a trama: clima, vegetação, costumes, hábitos alimentares, malha aérea, etc. Cheguei até a conversar com a pessoa da universidade responsável pela grade curricular das matérias que a protagonista teria de fazer. UM ANO E MEIO!!!
Tudo isso foi... para o ralo!
E agora? Por onde recomeçar? Que cidade brasileira colocar na trama?
Foi então que fiz uma pequena prece à energia dos cosmos (e ao meu anjo protetor, São José) para que me ajudasse a descobrir um local que fizesse diferença não apenas para a história, mas para mim e para cada uma das pessoas que a lessem….
E, acredite ou não, em questão de instantes a cidade surgia na tela do meu computador! Como mágica!
E lá estava ela : São José da Barra, a cidade inundada pela hidrelétrica de Furnas e não mais existente no mapa, que fez a história ganhar vida e ficar muito superior ao que seria caso acontecesse nos Estados Unidos! Além do grande aprendizado adquirido, de descobrir "Brasis" dentro do nosso Brasil, foi graças a essa pesquisa de campo para o livro que fui à Capitólio (MG), cidade vizinha a São José da Barra e que foi menos afetada pela hidrelétrica. Conheci seus cânions lindíssimos e até nadei no famoso “Mar de Minas”, sete vezes maior em volume do que a Baía da Guanabara!!!
Mas, preciso confessar, assim como Karl, o protagonista de coração gigantesco nessa história de amor e redenção, senti o peito apertado por saber que, apesar de ser necessário para o desenvolvimento da região, uma cidade inteira foi inundada para que um “novo mundo” pudesse ser reerguido, que no leito daquelas águas onde as pessoas nadavam e se divertiam jaziam fazendas, escolas, igrejas, sonhos…
Vidas deixadas para trás, apagadas, inundadas…
“Vejo seus dedos tão delicados dentro da palma da minha mão e os envolvo com carinho. Faço com eles o que sei que não posso fazer com ela. Ela é a garota de um sujeito bacana. Mais do que isso, de um homem que não carrega uma sentença de morte em seu corpo e poderá lhe dar o que eu jamais poderei: uma vida inteira em troca, um futuro. Sou a cidade com as horas contadas, prestes a ser inundada”, TREZE.
De onde veio o temporal inesperado? Como aquela cidade surgiu do nada na tela do meu computador?
Pura coincidência?!?
Pode ser… ou não!
Enfim, hoje tenho respeito imenso não apenas pelas histórias contadas nos livros, mas por aquelas vividas por cada um de seus autores enquanto as escrevem.
Sejam eles portais para outros mundos, vidas e descobertas, defintivamente acredito que os livros podem ser nosso elo com a energia invisível, divina e inexplicável que nos cerca.
Hoje e para sempre.
E você? Teve algo impressionante que aconteceu enquanto você lia ou escrevia alguma história?
Conta pra mim! Eu vou amar saber!
Beijocas e até a próxima,
Pepper.
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