Que atire a primeira pedra quem nunca comprou um livro pela capa, certo?
Você ganha dois presentes ao mesmo tempo: um embrulhado num jornal velho e todo amassado, outro num papel laminado prateado, com linda fita vermelha com frisos prateados presa por uma etiqueta com uma logomarca elaborada em uma bolsa de papel em tons pastéis e com a mesma logomarca.
Ambos sabemos que isso não quer dizer nada, que debaixo do jornal amassado pode haver um colar de diamantes e na embalagem chique uma meia furada, mas, seja franco, para qual dos dois embrulhos seus olhos foram instantaneamente atraídos?
Pois é.
“Nunca julgue um livro pela capa...”, diz o ditado.
Concordo com ele cada dia mais, mas...
Independentemente do seu gosto, até porque gosto não se discute, ou da relação de amor e ódio que esse assunto possa gerar nos leitores, quero que você entenda que existe uma lógica nas capas que vendem bem, que não é questão de “sorte”
.
Ou de beleza, apenas.
Sim, a capa deve ser atraente, mas para ir bem nas vendas ela precisa falar a linguagem do seu público-alvo/gênero.
Se ela é bela e tem a ver com a história, show de bola, melhor ainda. Mas não necessariamente uma capa que tem a ver com a história será a capa que vai vender.
Louco, não? Mas é a mais pura verdade.
Eu costumo exemplificar esse tópico com as capas de um autor que admiro e grande vendedor de livros: Nicholas Sparks.
Se fechasse os olhos agora, eu não conseguiria diferenciar quem é quem de tão parecidas que as capas são entre si. Tem um casal na praia, um casal no campo, um casal na montanha, um casal próximo de um lago, etc.
Outro exemplo: Harlan Coben, conceituadíssimo escritor do gênero policial.
Todas as capas de seus livros são parecidíssimas, pelo menos à primeira vista. E, no entanto, vendem pra caramba. Por quê? Porque o público alvo já sabe “Oba! Um livro do Harlan Coben! Vou dar uma olhadinha”. Isso mesmo. O público a reconhece de cara. E, ainda que não seja um livro do Harlan Coben, esse leitor de alguma forma conclui que pertence ao gênero que ele quer ler e que tem grandes chances de gostar. E acaba comprando!
Saiba que você vai ouvir de tudo: que a capa tem que ser original, mas não muito porque aí é perigoso, que a capa deve ser lindíssima, mas se for bonita demais não vende, que capas feias encalham, mas as ridículas é que chamam a atenção, e por aí vai. Todo mundo tem um exemplo porque é claro que, nesse universo de milhões de livros publicados é obvio que, se eu quiser, vou encontrar não apenas um, mas vários exemplos para te dar. Aí eu te pergunto: por que você acha que as maiores e mais poderosas editoras do mundo raramente tentam algo extravagante e continuam a produzir, ano após ano, os mesmos estilos de capas bem sucedidas?
Captou a mensagem?
Grave isso de uma vez por todas, amigo(a):
Para vender bem a capa tem que falar a linguagem do seu público específico e ponto final!
Uma espaçonave?
Ficção científica.
Um casal (vestido) de mãos dadas?
Romance.
Uma faca suja de sangue?
Terror.
Parece óbvio, mas com essa onda de ter de ser “diferente”, os autores estão sendo levados a crer que precisam criar algo extraordinário para se destacar e, no final das contas, acabam se frustrando.
“Poxa, Pepper, o que eu faço então?”
Se você for a J. K. Rowling, o Paulo Coelho ou o Stephen King vá em frente, faça a capa que bem entender porque as pessoas vão comprar de qualquer maneira (apesar desses autores não fazerem isso!). Mas se você é um autor iniciante e quer ter alguma garantia de que a sua capa vai se destacar dentro do público que te interessa, escute meu conselho: faça a capa mais bacana que conseguir, claro, mas que tenha a ver e que fale a linguagem do seu público-alvo.
É óbvio que sempre existirá o fator sorte, mas saiba que, ao criar uma capa “diferente” você pode estar chamando a atenção de um outro público, atraindo compradores que nada tem a ver com a sua história.
E isso é péssimo para as vendas e divulgação. Outro erro terrível!
Acredite, eu sei.
Porque já aconteceu comigo!
Quer saber o que eu fiz para transformar a capa de Não Pare! de uma que não atraía ninguém para uma campeã de vendas? Então pegue gratuitamente seu e-book abaixo com essa dica e mais outras 2 surpreendentes!
Se a capa não tiver nada a ver com o seu público, como resultado você provavelmente receberá uma resenha ruim, um comentário negativo de uma pessoa que comprou seu romance achando que era uma história de suspense, de assassinato, de alta espionagem. E não adianta reclamar e fazer cara feia. Coloque-se no lugar do leitor. Imagine comprar um livro todo rebuscado cuja capa é uma linda mulher trajando roupas de época e aí, no meio da leitura, descobre que se trata de uma história de terror?
Portanto, você precisa ter muito cuidado em relação a isso. Porque ainda que a sinopse seja condizente com o gênero, diversas vezes o leitor comprará somente pela capa mesmo! Existem pessoas que não leem a sinopse, que gostam de ser surpreendidas, mas, ao mesmo tempo, confiam na capa para lhes dizer o gênero em questão.
A não ser que esteja segurando uma faca ensanguentada ou exista outra pista do tipo, capa que tenha uma bela mulher trajando roupas de época refere-se a romance, quer você queira ou não. E esse comprador(a) vai se sentir enganado(a) e fará questão de expor sua decepção com um comentário negativo. Ele vai dar duas ou três estrelas no máximo, o que não será nada bom para ranquear seu livro na Amazon e, consequentemente, prejudicará suas vendas.
Então agora que você é um(a) expert no assunto, quero que responda: qual foi o último livro que você comprou pela capa? O que mais te atraiu nela?
Conta para mim! Eu vou amar saber!
Mil beijocas e até a próxima,
Pepper.
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